A contribuição de hoje quem vem de São José do Ouro, Rio Grande do Sul é de Imbert Krahl, colega de profissão e guerreiro na luta contra o Mieloma Múltiplo.
Seu depoimento e extenso, porém muito valioso, assim, postarei em 2 partes.
Mostra de forma irreverente como lidar com essa doença ainda sem cura para a medicina.
Imbert, agradeço sua contribuição. Abraço.
"MIELOMA
HISTÓRIA DO MEU DIAGNÓSTICO
Nome: Imbert Krahl. Email: advimbert@yahoo.com.br
Telefone: (64) 3632-7396. HISTÓRIA escrita em dezembro de 2011. Tenho 46 anos e
desde que me lembro sempre tive uma dorzinha na coluna lombar. Há dois anos fiz
uma tomografia computadorizada e o ortopedista disse que era uma pequena hérnia
de disco, que em exames atuais não mais existe. Segundo ele, hérnia costuma
"sumir" com a idade. No início de agosto de 2011, ao pegar uma caixa
no chão, deu-me uma dor na região torácica, que pensei ser apenas um problema
muscular. Como não melhorava, procurei um ortopedista, que pediu um RX e me
passou antiinflamatório e relaxante muscular. Não melhorei, voltei ao médico,
que pediu uma Ressonância Magnética, a qual mostrou várias lesões
"indicando a existência de implante", principalmente na L4. O médico parece
que não entendeu que "implante" é o termo usado para não dizer
câncer, ou pensou que não fosse nada além de lesões antigas e não me falou nada
para não me assustar, e me mandou fazer fisioterapia e tomar mais
antiinflamatório e relaxante muscular. Nada adiantou. Fiz massagem com uma
massagista, que quase me quebrou todo, por sorte parei na segunda sessão. Como
fiquei encucado com o termo "implante", pois eu nunca havia feito
implante de nada na coluna, marquei com outro ortopedista, que mal me examinou,
mas entendeu o laudo do radiologista e pediu uma Cintilografia Óssea e me
passou mais remédios, que de nada adiantaram. Fiz a Cintilografia em outra
cidade e marquei, lá, com um neurocirurgião, que pediu mais Ressonância, agora
da Coluna Torácica, Tomografia da coluna toda, Tomografia do Tórax, do Abdomem,
tudo em busca de um possível câncer de metástese, pois não achava que poderia
ser mieloma múltiplo. Nesse meio tempo, como eu pesquisei sobre mieloma
múltiplo na internet e descobri que o especialista é o hematologista, marquei
com um hematologista, que fez uns exames preliminares, tipo hemograma, cálcio,
RX e outros, e, preliminarmente, praticamente descartou o mieloma, para aguardar
o resultado de exames conclusivos que seriam enviados para Goiânia e outros que
ainda não tínhamos os resultados. Os resultados dos exames do Hematologista
ficariam prontos na sexta, mas na terça eu fui levar os outros exames
radiológicos para o neurocirurgião, que disse que era câncer e que estava
causando lesões na coluna toda, na base do crânio e em algumas costelas, mas
que não sabia em que lugar havia começado, e que as lesões na coluna eram
metásteses, não mieloma múltiplo, encaminhando-me para um oncologista. Já fui
logo ao Hematologista para ver se os resultados dos outros exames haviam ficado
prontos. Os que haviam ficado prontos estavam todos normais. Diante da situação
e para resolver logo o diagnóstico de mieloma o Hematologista resolveu fazer,
na hora, uma biópsia da minha medula óssea, que acusou, sem dúvidas, o mieloma
múltiplo. No mesmo dia já comecei o tratamento com vermífugo, talidomida e
decadron. O Hematologista me mandou pesquisar sobre centros de transplante de
medula óssea, que posteriormente iria me encaminhar. Já estou bem melhor com o
início do tratamento. Sem dores e sem efeitos colaterais significativos. Volto
ao Hematologista no dia 29/12/2011. Até o momento estou muito bem
psicologicamente, sem nenhum temor de nada. Acho que até estou melhor do que
estava antes, que vou viver mais do que viveria sem o mieloma, pois estou
levando uma vida mais equilibrada, uma vez que cortei a cervejada que começava
na sexta e parava no domingo, passei a me alimentar melhor, principalmente com alimentos
que melhoram a imunidade. Até xixi de gato tomo, se for bom ... rsrs. Uma das
minhas ex-mulheres está rezando pela minha melhora, mas eu disse a ela que se
começar trabalhar e "sair das minhas costas" ela me fará um bem
maior, pois o dinheiro que dou a ela, por ser mãe dos meus filhos, poderei usar
para comprar remédios. A outra ex-mulher, se já estiver sabendo do problema,
deve estar rezando para eu morrer logo ou ficar tetraplégico, mas como não
acredito muito em reza e sou muito teimoso, acho que vou acabar desapontando-a.
A atual esposa, certamente um presente de Deus, está me tratando quase que como
a um neném, um neném de 46 anos, como se não bastasse já estar criando, com
muita competência e amor, meus dois filhos do primeiro casamento, que moram com
nós desde quase o início do nosso relacionamento, há três anos, um rapaz com 21
anos e uma moça com 18 anos. Espero que meu depoimento possa ajudar em alguma
coisa e estou aberto para troca de informações e experiência, para o que indico
o meu e-mail e se quiserem passo os telefones.Atenciosamente, Imbert Krahl"
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