1 de fev. de 2013

DEPOIMENTO DE PACIENTE - ALDO

A contribuiição é do Aldo Mattar, de Curitiba/PR.

Seu relato demonstra que é possível passar pelo tratamento, superar e seguir feliz.

Aldo, grande abraço.

Agradeço a colaboração!!! 


Gostaria de contribuir com minha experiência. TMO

Tenho 52 anos, sou casado e tenho 3 lindos filhos. Em janeiro de 2010, então com 50 anos, passei por uma experiência muito dolorosa. Era final do ano de 2009, entre natal e ano novo e depois de sentir dores horríveis nas costas, fui a um médico no dia 04/01/2010, ortopedista. 

Depois de uma avaliação e alguns RXs, foi observado que eu estava com uma fratura na coluna vertebral, especificamente na L2. Foi solicitado então uma ressonância com urgência, o que foi feito uma semana depois. No dia 11/01/2010, o dia mais triste da minha vida, o diagnóstico terrível de Mieloma Múltiplo. Já avançada a doença, eu estava com inúmeras lesões ósseas e duas fraturas patológicas. Meus ossos estavam quebrando como cristal. 

Naquele dia reunimos a família e choramos muito, muito mesmo. Mas no dia seguinte, era hora de enfrentar a doença. Eu não tinha recursos financeiros, não tinha seguro de vida nem plano de saúde. Fui então para um hospital público de Curitiba, onde fui encaminhado com urgência para uma equipe de hematologistas e oncologistas.

A situação era grave! Pouco tempo de vida se não fosse feito algo sério e imediato. Depois a avaliarem, a equipe médica veio o protocolo seguinte: seis meses de quimioterapia pesada e se eu suportasse, uma tentativa de Transplante de Medula Óssea. Eu nem sabia o que era isso. 

Começamos as sessões, eram 21 dias de medicamentos venoso e oral, e descansava 9 dias no mês. Perdi todos os cabelos do corpo e até unha. Sofri demais com enjoos e mal estar....não comia quase nada. Eu fiquei muito debilitado, pois sou diabético e por conta de um dos medicamentos (dexametasona) corticoide, minha glicemia passava dos 500. 

Tomava muita insulina e o medo dos médicos era com os rins, pois tomava 11 medicamentos na quimioterapia. Mas a ordem era não desistir e enfrentar tudo com bom ânimo e muita fé. Nunca quis morrer e embora, fraco e debilitado, lutava com as forças que restavam. Família, amigos e muita gente em torcida e oração e eu me apegava muito em Deus e na medicina.

 Qual não foi minha surpresa, quando no 4º ciclo de quimioterapia, recebi a noticia de que o câncer tinha zerado. A equipe médica estava animada. Fomos chamados para uma reunião com o Prof. da TMO, que nos informou um novo desafio.

Eu não tinha doador de medula óssea e eu mesmo deveria ser o doador. O que eles chamam de transplante AUTÓLOGO. Fui informado ainda pelo médico que eu tinha que gerar 20 milhões de células por quilo de peso. Eu tenho 70 quilos, portanto teria que gerar 20 milhões X 70 = 1.400.000.000 (Hum bilhão e quatrocentos bilhões de células) e isso ainda vezes dois, pois eles não fariam o transplante se não tivessem o dobro. Essas células tronco ficavam dentro dos ossos na bacia. Tomava um medicamento para estimulá-las a saírem dali e iriam para a periferia do sangue. 

Depois de 6 dias apenas e um exame de sangue, foi constatado que haviam 7 bilhões de células tronco na minha corrente sanguí­nea. Foi uma euforia!!!
Fui internado e depois da colocação de um cateter, fizeram a coleta na nova medula. Descansei 15 dias em casa e depois me internei para o devido transplante. Recebi uma quimioterapia violenta 24 horas antes do transplante onde fiquei com a imunidade praticamente zero, passei muito mal, com feridas e herpes pelo corpo e boca. 

Foi horrível, não podia comer. Mas no dia 22/07/2010, fizeram o tal transplante.... Foi como uma transfusão de sangue, durou uns 20 minutos. Fique isolado e em observação para que ocorresse a tal 'pega' da medula. O que, graças a Deus, ocorreu e 15 dias depois eu estava de alta. Em setembro, dois meses depois eu estava em Fortaleza com a famí­lia descansando e passeando. 

O tempo foi passando e eu faço uma aplicação de cálcio mensal no hospital onde meus ossos estão praticamente recuperados. Estou levando uma vida praticamente normal e muito feliz com o conví­vio da família e dos amigos. 

Amo viajar e viver a vida com outro sabor e intensamente. Estou à  disposição para quaisquer esclarecimentos. Um abraço a todos.

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