Cumprimento todas as mães, na pessoa da Sra. Marlene Celestino, mãe guerreira e incentivadora deste projeto.
Como todos os pacientes de mieloma múltiplo luta para ter melhor qualidade de vida.
Hoje (12) será celebrado o Dia das Mães. Nesta
ocasião muitas mulheres percorrem um longo caminho na luta para garantir o
direito à vida, sobretudo, com qualidade. Diagnosticadas já em estágio avançado
com uma doença sem cura chamada mieloma múltiplo, correm contra a morte na
busca por acesso tratamento, e garantia de partilhar momentos como o Dia das
Mães ao lado de seus filhos e netos, com saúde.
Neoplasia onco-hematológica, o mieloma múltiplo
representa 1% de todos os tipos de câncer, sendo o segundo mais comum entre os
hematológicos, atrás apenas dos linfomas não-Hodgkin. A doença surge em
uma célula do sistema defesa do organismo, chamado plasmócito, responsável pela
produção dos anticorpos, as imunoglobulinas. Por alguma alteração se torna um
plasmócito neoplásico e começa a proliferar, o que ocasiona o mieloma.
Diferentemente de outros cânceres,
que têm uma relação causa-efeito (por exemplo, fumo-causa câncer de pulmão), no
caso do mieloma múltiplo não há, ainda, na literatura médica descrição clara
referente aos fatores predisponentes que justifiquem o desencadeamento da
neoplasia.
No Brasil há cerca de 30 mil pacientes e o
diagnóstico tardio é uma dura realidade. É o que alerta o professor da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), presidente da Associação
Ítalo-Brasileira de Hematologia e diretor da Associação Brasileira de
Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Angelo Maiolino.
“Isso se deve às fragilidades na
identificação dos sintomas apresentados por pacientes atendidos nos serviços de
saúde. A falta de reconhecimento da doença os leva a chegar ao serviço de
hematologia apresentando quadro já avançado do câncer”, relatou. Segundo o
médico, a doença é constantemente confundida com dores ósseas, como a
osteoporose.
Na Justiça
Mãe de um filho de 26 anos, a
aposentada Marlene Gonçalves, moradora de São Bernardo, conta que descobriu a
doença quando já estava em estado avançado, por falta de solicitação de exames,
e que só conseguiu acesso a tratamento de ponta por meio de liminar na Justiça.
“Mesmo com a causa ganha, a União se deu ao direito de não entender que necessito
da medicação diariamente para sobreviver. Foram liberadas apenas duas caixas no
ano passado, mas em fevereiro entramos com novo pedido que deixa explícita a
necessidade de uso contínuo”, explicou.
“Já fiz dois transplantes e às vezes
tenho medo de não conseguir vencer essa doença. Fico pensando quem vai estar
aqui para abraçar meu filho quando ele precisar. Porém, não desisto, espero que
a minha luta ainda dê força para essa causa e para tantos pacientes, sejam mães
ou filhos, ou amigos de alguém, que precisam da lenalidomida ou outro
medicamento para vencer essa ou outra doença”, destacou.
Medicamento ainda
não é liberado no Brasil
Em países de todo o mundo, pacientes já conseguem
estabilizar o mieloma múltiplo – câncer que ataca a produção de anticorpos -
por meio de tratamentos com lenalidomida e novas drogas. No Brasil não há
acesso aos medicamentos de ponta por falta de liberação pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Enquanto esses novos medicamentos
estão sendo testados com sucesso, os brasileiros não têm acesso àqueles já
consagrados para o tratamento deste câncer”, explicou o professor da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), presidente da Associação
Ítalo-Brasileira de Hematologia, Angelo Maiolino.
“Para pacientes que não toleram a
talidomida, devido a sua alta toxicidade, e para os que se preparam para
transplante de medula óssea ou para os que já se submeteram ao transplante e
estão em fase de manutenção, a lenalidomida é essencial”, completou Maiolino.
Fonte: Diário Regional
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