11 de set. de 2012

ESPERANÇA, OUTRA VEZ

Achei bastante interessante o texto e resolvi compartilhar.

Esperança nunca é demais....

Boa leitura.


ESPERANÇA, OUTRA VEZ

Conversei com algumas pessoas a respeito do que abordar neste artigo e obtive como resposta unânime: “você podia falar sobre esperança”.
Pensei, cá comigo, nas tantas vezes em que já abordei este tema e, ao mesmo tempo, me perguntei: mas há maneira melhor de se lidar com as questões da vida, aliás, com a própria vida, a não ser tendo esperança?
Lembrei-me de um amigo querido, bastante brincalhão, otimista por natureza, que tem sempre, na ponta da língua, a seguinte frase: “podia ser pior”!
Ele fala isso rindo, em tom jocoso, diante de qualquer acontecimento, embora frente a alguns, eu me pergunte: podia ser pior como?
Por exemplo, como um incidente, de qualquer natureza, pode ser pior quando ele ceifa vidas que se ama? Isso é definitivo para todo o resto. Esbarra e respinga por tudo.
Perder quem se ama é sempre uma tragédia e não dá para ser pior para quem sofre a perda. Independente de credos, de crenças, de reflexões místicas e ateias, perda é perda.
É a ausência, para sempre, que existirá no que continua. É a falta que ficará na participação de detalhes cotidianos. É a espera que não verá chegada. É o olhar que contemplará o vazio. É experimentar uma saudade que faz constatar que a saudade sentida antes, nas pequenas ausências, diante desta, inexorável, era quase que, apenas, imaginada.
Perder é complicado, mas, acabei de lembrar que o tema sugerido para este artigo foi esperança. Então, vamos lá.
Sem muita paciência para pesquisar a etimologia correta da palavra, gosto de pensar em esperança como um sentimento bom, sustentado pela condição de se poder confiar, de se ter uma fé que sustente o viver, ou, que, ao menos, o torne viável. Alguém pode dizer que este ao menos tornar viável mais se parece com um sobreviver. Tá; e quem disse que conseguir esta proeza é menos?  Há vezes em que sobreviver é o máximo com o que se pode contar, mas, vamos voltar para o tema proposto, esperança.
Esperança tem a ver com acreditar de uma maneira positiva.
Quando a vida nos confronta com os pedaços difíceis, doenças, por exemplo, esse acreditar, que é a esperança, pesa na balança. Ora ela oscila para um lado, ora para outro, mas fica como um ponto de apoio dentro de nós, que nos sustenta e acalenta a nossa angústia. Em momentos de grande sofrimento, tudo em que acreditamos mistura-se com o que acreditam as outras pessoas envolvidas, favorecendo a formação de um caminho.
Esperança tem a ver com a construção de caminhos para se trilhar.
Há pessoas que, sejam quais forem os percalços, acreditam, com a alma, que tudo vai dar certo, seja o que for. Que tudo irá ficar bem, seja como for.
Que um dia entenderemos o que não se explica, seja este tempo quando for.
Quando a vida se complica, eu tenho muita vontade de ser como estas pessoas. Eu até tento e, por vezes, chego a acreditar que consigo.
Lembro-me de algo que escrevi e diz o seguinte:
Queria uma raiva emprestada,
Mas das boas, das convictas.
Não serve nenhuma frouxa,
Nem leve, nem mais ou menos.
Só serve raiva cabreira,
Uma boa raiva caipira,
Que não deixa cerca em pé
E nem se acovarda à toa.
Uma raiva assim eu queria.
Uma raiva bem das boas!
Esperança tem que ser assim, como uma raiva bem das boas para que possamos dar conta disso que não nos deixa ver o que vem depois da curva, como ouvi, ainda hoje, de uma pessoa que quero muito bem. E é justamente isso o que assusta, o fato de não sabermos o que vem pela frente.
Por isso a esperança, no sentido de acreditar, no sentido de se ter fé capaz de mover montanhas, é fundamental porque esperar é, ainda, e apesar de tudo, poder sonhar, e sonhar é o sal da vida.
É o que faz a gente tentar outra vez, e outra, e outra...
Abraço a todos e até a próxima
Gláucia Telles Sales

Fonte: www.myeloma.org.br

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