MIELOMA MÚLTIPLO MINHA HISTÓRIA 2ª PARTE
IMBERT KRAHL. 47 ANOS. MIELOMA
MÚLTIPLO DIAGNOSTICADO EM
DEZEMBRO DE 2011. TEXTO ESCRITO EM 24 de maio de 2012. O que
me levou a escrever a segunda parte (a
primeira foi sobre a via crucis do diagnóstico) da “Minha História sobre o Câncer Mieloma Múltiplo”, foi a leitura de
um livro a mim presenteado por uma amiga que fiz pela internet, após eu ler a
sua História no site da ABRALE, da IMF e entrar em contato com ela via e-mail. Esta minha amiga se
chama Gimeni e desempenha um papel muito nobre ao passar aos outros pacientes
tudo o que sabe e que pode lhes fazer bem. Foi sorte, foi Deus ou foi por outra
razão que, de todos os depoimentos lidos, escolhi justo a Gimeni pra manter
contato? Vou dar a minha resposta mais adiante, com a qual ninguém será
obrigado a concordar.
O livro tem por título AMOR,
MEDICINA E MILAGRES, escrito pelo médico americano Bernie S. Siegel, da Editora
Best Seller, traduzido por João Alves dos Santos.
No início, antes de começar a
leitura, fiquei meio receoso, pensando que fosse mais um livro de autoajuda,
que na minha concepção, de sempre, somente ajudam o escritor e a editora. Mas
este não, mesmo que seja classificado como de autoajuda, tem um aspecto
diferente: o autor é muito experiente, inteligente,
conhece a psique dos pacientes portadores de doenças graves e tem uma visão
mais holística da medicina. Tem momentos que ele, pra mim, no dizer goiano,
“pula o corguinho”, ou talvez ainda esteja além da minha compreensão, pois uma
coisa que aprendi com a Logosofia foi que algo que não existe para mim não
significa que não exista, pois, para muitos que já tiveram a compreensão,
existe.
Bom, o fato é que o livro me
abriu a mente para aspectos antes não compreendidos ou não aceitos por
mim. Será que agora estou compreendendo
ou aceitando em razão dos velhos ditados,
“pra quem tá se afogando jacaré é tronco”, “quem tá se afogando se agarra até em navalha”? Penso que não, pois
desde o início o câncer nunca me assustou. E penso que não me assustou por eu
ter, imediatamente ao diagnóstico, e até antes, buscado muita informação sobre
câncer, principalmente na internet, em bons sites,
a exemplo dos mantidos pelas Associações acima citadas – ABRALE, IMF, também
ONCOGUIA, INCA etc. A informação é
fundamental para dar tranquilidade e para acompanhar o tratamento!
Um dos motivos que me levou a
buscar leituras como a deste livro foi a desconfiança sobre o meu excesso de
tranquilidade, pois, como bom advogado, desculpado-me pela falta de modéstia,
ou fã de filmes de faroeste, desconfiei que talvez eu estivesse muito de acordo
com a morte, que a calmaria representaria “emboscada”. Com a leitura do livro
eu vi que não, que não estou de acordo com a morte, e que se esse acordo for
inconsciente, vai ser eliminado. Cheguei à conclusão de que eu sou um paciente de câncer especial, como
diz o autor do livro, ao tratar dos tipos de pacientes de câncer. Adiante
explicarei.
A inconsciência a que me referi,
o não temor da morte, pensei que talvez pudesse decorrer da leitura que fiz,
faz muitos anos, do processo de Julgamento de Sócrates (o filósofo), quando
ele, após cumprir a sentença e tomar o veneno cicuta, diante do pesar do
discípulo que com ele estava, tentou acalmá-lo dizendo-lhe que não se
preocupasse, que a morte é algo bom. Disse que a vida é dura, é palco de
problemas, sofrimentos e que se a morte for o que dizem, a vida no paraíso,
será uma beleza, e que se não for nada disso, ainda assim seria a ausência de
tudo, o que seria bom, tendo em vista que a vida era certeza de muitos
sofrimentos.
O livro do Dr. Siegel me fez
refletir mais, ser menos “descrente”. Fez-me entender que fé não significa
somente fé em Deus, em alguma religião. Que a fé em um curandeiro pode ser tão
eficaz como qualquer outra. Que a fé que
eu tenho na ciência, em um bom médico, nos avanços da medicina é fundamental no
processo de cura. Pois se esta é a minha fé, é nela que devo acreditar. Que
a atitude ativa, participativa, o envolvimento do paciente no seu tratamento é
fundamental para suportar os efeitos colaterais do tratamento, ter menos
efeitos colaterais, e para alcançar melhores resultados. Que a fé dos outros, a fé que outros querem me inculcar, não adianta
para mim, que o que adianta para mim é a minha fé, é eu ter fé em alguma coisa,
pessoa, ou ser, em que eu acredite, não fé no que os outros dizem que eu tenho
que ter, no que os outros acreditam, se não é o que eu acredito.
Então, não adianta um amigo me
dar metros e metros de babosa para eu tomar, dizendo que cura câncer, se eu
tenho convicção que não cura, que o máximo que pode fazer é fortalecer meu
organismo em razão de ser uma planta rica em vitaminas, minerais, aminoácidos,
o que já é muito bom. Ou ficar, como quis outro amigo, na melhor das intenções,
por 21 dias colocando barro nas costas, misturado com chá, por 3 horas diárias,
e tomando litros e litros de chás para completar o “tratamento” (chás que nem
sempre são totalmente inocentes e podem atrapalhar o próprio tratamento
médico), porque lá em
Santa Catarina tem um “naturalista” que tem curado muitas
pessoas, bastando, para o diagnóstico e a prescrição do tratamento, passar a
ele, até por telefone, o nome completo e a data de nascimento.
No meu caso ele quase acertou,
disse que dentre os problemas que eu tinha, um era na coluna e era causado pelo
vírus do tétano incubado. Já me decepcionou porque tétano, até onde sei, é
causado por bactéria e não por vírus. Mas mesmo quando meu fiel amigo, que faz
Doutorado em Direito na Argentina, é filósofo, portanto uma pessoa muito letrada,
ligou a ele pedindo explicações, pois todos os exames laboratoriais e de
imagem, que não foram poucos, falavam em mieloma múltiplo, o “doutor” insistiu
que ele “via” o vírus do tétano incubado. Ainda não sei o que faço com os 25 kg de terra e os 21 saquinhos
de chá. Mas com o livro em pauta aprendi a sair das “garrafadas” sempre dadas
com boa intenção, com a melhor das intenções. Acho que na terra vou plantar um
pé de noni, pois se o noni “comum”, misturado com suco de uva, é bom (e acredito que sim e estou tomando por
ser uma fruta do quintal), imagine-se o noni cultivado numa terra que cura até
o vírus do tétano incubado!
Mas a idéia do meu amigo acima
decorreu de uma história que a irmã de um ex-aluno me contou, professora de
universidade federal, com doutorado em Biologia, Farmácia ou Bioquímica, não
lembro bem qual das três. Disse ela que tinha um câncer “pregado” na bexiga,
que não cedia à radioterapia ou quimioterapia, ou as duas, também não recordo,
e que tinha marcado a cirurgia, quando ficou sabendo de uma mulher, no interior
do Rio Grande do Sul, cidade próxima à cidade natal do meu amigo filósofo, com
o dom do naturalista do meu caso. Que ligou para ela sem dizer o que tinha,
somente que estava doente e a data de nascimento e o nome completo, e que ela
acertou em cheio o diagnóstico e passou
tratamento idêntico ao acima descrito para o meu problema, o que fez o
tumor desaparecer por completo antes da cirurgia marcada, o que foi confirmado
por exames.
O meu amigo preferiu o
naturalista de Santa Catarina, porque as pessoas da região dele, segundo
levantou com sua família, para casos mais graves, preferem o “barriga verde”, que é um termo
para designar os catarinenses, logicamente não usado pelos seus seguidores, que
preferem acreditar que “santo de casa não faz milagres” e ir longe para buscar
a cura de todos os males, em prejuízo da raizeira gaúcha. Aqui recordei de um
livro muito bom, com o título O Físico, que não tem nada a ver com o título,
que narra a história de um curandeiro medieval, que fabricava uma garrafada
chamada “específico universal”, muitas misturadas com urina para passar para os
pacientes de quem não gostava. O personagem principal, menino órfão, seu fiel
escudeiro, descobriu nessas “curas” e vendo o sofrimento das pessoas, a sua
vocação de médico e foi em busca da Ciência, numa história vocacional
maravilhosa, que todo médico deveria ler, razão pela qual já presenteei o meu
médico com o livro. O próximo livro a ele será o do Dr. Siegel. Todo médico
deveria ler estes dois livros.
A minha “história” já está quase
virando um livro em extensão, e dificilmente será publicada pelas Associações
acima indicadas, mas vamos lá, pois a Gimeni disse que é bom para a gente
escrever sobre a doença, e eu não teimo com a minha Doutora. E, se for
publicada, talvez possa beneficiar alguém que precise e tenha paciência para
ler.
O livro Amor, Medicina e Milagres
faz um correlação entre atitude e doença e também mudança de atitude e cura.
Que os que se curam são os que confiam em sua capacidade de recuperação e não
os que se resignam diante da doença. Que a doença é causada por nossa mente,
nosso modo de vida, e que o sarar pode depender apenas dos medicamentos, mas
que a cura também depende da nossa mente, de mudar de vida (Mieloma Múltiplo ainda não tem cura, mas tem controle que pode durar
até a cura chegar). Que os pacientes especiais, que são os que melhor
respondem ao tratamento, não se entregam, mas deletam do seu consciente ou do
seu inconsciente a “vontade de morrer” e mudam de vida. Que estes não deixam tudo por conta dos
médicos, mas participam ativamente do tratamento, buscando muita informação e
tornando-se também o médico do seu caso, claro que tudo em conjunto com o
profissional, ou buscando outro se este não corresponder, se este for um
mecânico que só sabe tratar da doença e nada sobre a vida, sobre o que a doença
significa para o paciente.
Logo que as pessoas ficaram
sabendo do meu câncer, uma das minhas ex-mulheres (sou bom de casamento),
perguntou: “Câncer, por que você, que é uma pessoa tão boa?”. Meu espírito de advogado já pensou – deve
estar com medo de perder a mantença. Mas na minha mente, em seguida, veio: Por
que não eu? Eu sempre levei uma vida totalmente desregrada quanto à alimentação,
cervejada, prejuízo de sono, desde os meus 15 anos. A cervejada, com muito
churrasco, salvo raras exceções, na vida adulta, sempre era em final de semana,
porque durante a semana o meu lado profissional não aceitava, e quando
acontecia me cobrava impiedosamente. Mas por muitos anos a cervejada era no
final de semana e em seguida vinha a herpes, em média de duas recorrências por
mês. Eu sabia que ela vinha em decorrência do álcool, que baixa a imunidade,
mas ao invés de mudar de vida, aos primeiros sinais da herpes, que aprendi a
identificar cedo, tomava aciclovir e tudo se resolvia.
O meu “eu” profissional também
nunca aceitou que eu ficasse um dia útil da semana em casa, ou fazer alguma
coisa, tipo ir para um clube. Mesmo que não tivesse nada para fazer no
escritório, a minha mente me cobrava a presença lá, como se eu fosse empregado
e não um profissional liberal, sem patrão. A mente, os meus conceitos, meus
valores, eram o meu tirano patrão, e ainda são, pois não se muda do dia pra
noite. As minhas responsabilidades de provedor da família não me permitiam
outra atitude, na minha mente.
Depois do câncer, tem seis meses
que não tomo nenhuma cervejada. Tomo sem álcool. Quando não tem, tomo um pouco
com álcool, quando estou no intervalo da quimioterapia, para acompanhar,
principalmente a minha cuidadora, pois estou ciente de que se deve ter cuidados
com a cuidadora, pois a doença é minha e não dela e a convivência com um
paciente com a câncer afeta todos da
família, principalmente a cuidadora. Mas nunca mais cheguei perto do ritmo do
velho ser sem limites, sem limite, talvez, em decorrência de outro mal meu,
pois também sou portador de TDAH. Hoje vou a festas e me divirto da mesma
forma, aguentando os chatos e pensando como eu também era chato quando
extrapolava. Erasmo de Roterdam, no livro Elogio da Loucura, diz que o pior
companheiro para uma bebedeira é o que não bebe, pois no outro dia se lembra de
tudo e nos lembra dos fiascos.
É interessante que a herpes não
tem recorrido tanto agora, com a quimioterapia, que baixa a imunidade, como
recorria durante a minha vida anterior. Outrossim, consegui, também, depois do
câncer, por isso talvez muitos dizem que o câncer pode ser uma benção, não ir
para o escritório quando quero tirar o dia para mim. Pela manhã, geralmente não
vou ao escritório, fico lendo livremente em casa, inclusive livros de Filosofia
do Direito, História do Direito, Sociologia do Direito, que acho que é
importante para uma verdadeira formação, o que denota que não tenho intenção de
morrer muito cedo. Isto, também, para
poder transmitir esses conhecimentos a meus filhos e minha esposa e cuidadora,
pois os três fazem Direito, transformando-se, isto, em uma razão a mais para eu
querer viver e não morrer.
Com tudo isso, e muito mais, e
mais outros problemas decorrentes da minha criação, de infância, como a convivência com um pai, que quando
nasci tinha 60 anos e sofreu um derrama que o tirou da ativa e o transformou
numa pessoa amarga e pessimista até a sua morte, com 74 anos, quando eu tinha
14 anos; com a convivência com uma mãe,
excelente mãe, viúva, 27 anos mais nova que o pai, que nos seus últimos anos,
faleceu com 67, sofreu ininterruptamente de depressão, tendo a mim, com 20 anos
de idade, como seu cuidador; com tudo
isso e muito mais, acho que sempre fui forte candidato a algum tipo de câncer,
única doença que eu sempre pensei que nunca teria, pois ninguém da minha
família teve. Então, a pergunta certa não é por que eu, mas por que não
eu?
O livro do Dr. Siegel, diz que o
médico deve ver o paciente como um ser humano e não como um “caso
interessante”, uma máquina para consertar. Que envolver-se com os pacientes não
é um pecado, como é ensinado na faculdade, desde que não se esqueça de ser
“profissional”, no sentido de técnico, quando precisa ser. O advogado também
aprende que cliente se tem de carregar na cabeça e não no coração; que advogar
em causa própria é ter um idiota por cliente, ou seja, que não se deve se
envolver emocionalmente para não perder o lado racional. Mas o fato é que se
pode ser humano sem perder o lado racional. Viver o drama do cliente, no juiz,
por exemplo, é fundamental, pois como já disse um juiz francês, Baudot, a sua
“sentença não acaba em uma folha de papel, corta carne viva”.
Esse lado holístico do médico,
certamente mal não faz, pois pode levar o paciente a mudar seus pensamentos,
seus valores, seus hábitos, sua vida, a mobilizar seu potencial contra a
doença, e, por consequência, contribuir efetivamente no próprio tratamento e na
cura. “Hospital”, segundo o Dr. Siegel,
deriva do vocábulo latino “hospedaria”, que é lugar onde se trata bem o
cliente. Que é comum os médicos se verem como “Divindade Médica”, sem saber
nada do que se passa na mente das pessoas. E essa imagem de “divindade médica”,
segundo um amigo que fazia medicina e dividia comigo apartamento em Caxias do
Sul-RS, quando eu fazia o segundo grau, hoje ortopedista em Curitiba-PR, já têm
a maioria dos estudantes de medicina desde os primeiros períodos da faculdade,
pois que se consideram superiores ao restante dos alunos dos demais cursos, simples
mortais.
Segundo o Dr. Siegel, são três os
tipos de paciente: os primeiros
correspondem a uns 20%, que de certa forma escolhem, consciente ou
inconscientemente, bem o câncer ou outra doença grave para escapar dos problemas
(a mim me ocorreu, com a leitura, que
talvez, para escapar de ir para o escritório nas situações que narrei acima, da
função de provedor de tudo, a mente achou a solução ideal – um mieloma
múltiplo. Eu sempre quis chegar à terceira idade para ir para a praça, como
vejo muitos idosos fazerem, jogar dominó, contar histórias. Mas,
conscientemente, queria chegar, logicamente, em bom estado de saúde, mas a
minha mente pode ter entendido a mensagem diferentemente e me mandou a
providência, que não mata, mas também
não cura. Já posso, assim, ir logo para a praça ou para clubes sem muita
cobrança interna); o segundo tipo corresponde a cerca de 60%, são
aqueles que atuam como pensam que o médico gostaria que atuassem, que tomam os
remédios direitinho, que não faltam às consultas, que nunca põem em dúvida as
decisões do médico, a não ser que implique em mudança radical no seu estilo de
vida; o terceiro tipo é o dos pacientes especiais. Para estes vou fazer
um novo parágrafo.
Os pacientes especiais, que
correspondem a 15 ou 20%, são os que não representam, que são sinceros. Não
querem desempenhar o papel de vítimas e procuram aprender como cuidar de si
mesmos. Questionam o médico, porque
desejam compreender o tratamento e participar dele, manifestam livremente as
emoções. Exigem dignidade, personalidade e controle, seja qual for a evolução
da doença. Se o médico souber aproveitar essa preocupação tão intensa do doente
consigo mesmo, ao invés de se mostrar “atarefado demais”, consegue melhorar
muito o quadro. Segundo Siegel, os médicos devem entender que os pacientes
considerados difíceis e não-cooperadores são os que têm maior probabilidade de
sarar, pois têm mais células T (células brancas que perseguem e destroem as
células do câncer) que os “bons”, os dóceis pacientes. Eu sou do tipo paciente
difícil.
Quando tive o diagnóstico com um
hematologista, perguntei-lhe se ele tratava do câncer, pois eu já tinha
pesquisado e sabia que tinha uns protocolos básicos de tratamento, que não eram
muito complicados, na minha visão leiga e inicial. Ele me disse que sim, mas me
deixou livre pra procurar outro médico de cidade grande, nem da capital de
Goiás para ele parecia que era ideal, principalmente para tratar de
transplante. Como eu senti empatia por ele, disse que trataria com ele, mesmo
sendo ele um médico do interior (isso eu não disse, mas pensei). Pensei,
também: eu aprofundo as minhas pesquisas e vejo se ele está fazendo a coisa
certa, mas de início não posso perder tendo procurando outro médico.
Vi que o tratamento inicial dele
era padrão, quimioterapia domiciliar (vermífugo, talidomida, decadron e
omeprazol), utilizando por médicos de todo o Brasil. Depois, conhecendo a
Gimeni, que reside em
Belo Horizonte , fiquei sabendo que a maior autoridade em
mieloma múltiplo está em São
Paulo e se chama Vânia Hungria, que é quem dirige o seu
tratamento, e que também tem um outro peso pesado no Rio de Janeiro, que se
chama Ângelo Maiolino. Pesquisei e vi que ela tinha razão. Logo me deparei com
matérias publicadas por eles e vídeos da Abrale com o Dr. Ângelo Maiolino, bem
como de outros médicos do Hospital Sírio-Libanês, Albert Einstein, e outros. A
Gimeni também me enviou todo o histórico do seu tratamento e muito material,
vídeos. Nele eu vi que ela usava também Bactrim F 800 mg, três vezes por
semana, e AAS de 100 mg, todos os dias, que eu não sabia o porquê, mas achei
que era coisa específica para ela, que é diferente de mim e de qualquer outro
paciente, como é lógico.
Mas, assistindo a uma palestra da
Abrale, descobri que o AAS era para evitar um dos efeitos colaterais do
tratamento, que era a trombose. Quando pela internet vi que trombose dá mais em
pessoas de sangue Tipo A+ , que é o meu, não tive dúvida, nem liguei
para o médico, passei a tomar AAS imediatamente. E também descobri que o
Bactrim evita a principal infecção dos que fazem quimioterapia, que é a
pneumonia, bem como a toxoplasmose, que se pega por consumir carne mal passada,
minha preferência, e de urina de felinos. Também não tive dúvida, corri para a
farmácia. Mais tarde, descobri que açafrão é bom para o câncer, e como quem
disse foi um médico do Hospital Sírio-Libanês, inclusive a dose cavalar ideal,
não tive dúvidas e passei a usar, manipulado, pois do contrário ninguém
consegue consumir a quantidade indicada, o que me deu uma alergia danada de
pele.
Quando retornei ao meu médico,
após 28 dias, contei a ele as minhas façanhas. Ele só faltou me bater. Disse
que iria me passar o AAS, mas que não usava Bactrim. Falei que o médico era ele
e que então pararia de usar. Também não concordou, pois se eu já estava usando,
que continuasse usando . Fiz-lhe uma série de perguntas e as respostas deixaram
a desejar, em algumas, e o que é pior, começou demonstrar uma pressa danada
para a consulta terminar, demonstrando, também, sentir-se meio afrontado em sua
autoridade de “Doutor em Medicina”. E outras coisas que me deram uma impressão
negativa, mormente porque não mandou fazer nenhum exame para ver se o
tratamento realmente estava tendo resultado, fato que “aceitei”, devido ao
pouco tempo de tratamento, mas já sem uma total convicção e segurança. A fé
diminuiu quando a dor nas costas voltou e eu considerei que voltou porque a
injeção que o neurocirurgião tinha me receitado, ainda durante a peregrinação
pelo diagnóstico, tinha deixado de fazer efeito, e o tratamento do mieloma não
estaria satisfatório.
Nessa altura, já pedi a ele que
me fizesse encaminhamento para o Hospital do Câncer de Barretos, que foi o que
tive melhor referência e teria mais fácil acesso. Isso porque, pelas conversas
do meu médico, achei que em Goiânia não se fazia transplante, até casualmente
descobrir uma paciente que fez o transplante em Goiânia e faz mais de quatro
anos que está em remissão, que me disse que fez o tratamento com um excelente
médico, que é o meu médico atual, doutor César Bariani, onco-hematologista
(Clínica Honcord).
De imediato cancelei Barretos e
fui consultar com o Dr. César, que eu já conhecia por ter assistido a uma
entrevista na Televisão, mas que achava que somente tratava de crianças,
conforme meu primeiro médico afirmou, e conclui porque, na entrevista, ele só
tratou de células tronco de cordão umbilical, o que me fez associá-lo,
equivocadamente, a onco-hematologista de crianças. A minha confiança no doutor
César foi imediata, pois nenhum médico, seja ortopedista, neurocirurgião ou o
primeiro hematologista, examinou e me explicou meus exames de imagem como ele
fez. Além do mais, já pediu outras imagens, fez mielograma, para ver o
resultado do tratamento inicial, bem como outros exames, mantendo o tratamento
por uma semana, até ficarem prontos os exames, quando mudou totalmente o
tratamento, passando a usar Velcade, Doxorrubicina Lipossomal, Decadron,
omeprazol, e um remédio para dormir, que é um antidepressivo com efeito
sedativo, além, é claro, de Somalgim no lugar de ASS, pois este causa lesão no
estômago, e do Bactrim.
O doutor Bariani me deu uma
atenção sem muita pressa, apesar de ter passado do horário do almoço dele, e do
meu, até do café da manhã, correndo atrás de exames, além de ter ele vindo de
um hospital público de tratamento de câncer, e de muitos pacientes ainda
esperando para consultar. Achei normal eu não lhe tomar muito tempo, até uma
falta de consideração com os outros pacientes. Depois de ler o livro do Dr.
Siegel mudei de idéia e acho que vou tomar-lhe mais tempo, como fiz da última
vez, quando lhe questionei uma informação que tive, de que a Doxorrubicina não
era mais utilizada devido ao seu alto grau de toxidade, bem como outras
questões de outras ordens, as quais ele respondeu com calma, segurança e sem se
sentir afrontado em sua autoridade de médico.
Uma das condições para o
tratamento dar certo, com certeza, é a fé, confiança no médico e nos remédios.
No caso eu confio em
ambos. Esta é a minha fé. E o tratamento esta dando certo,
sem dores desde o primeiro momento, e com resultados laboratoriais muito
satisfatórios, chegando ao término do quarto ciclo e com possível mobilização
para transplante, em poucos dias, após ficarem prontos os exames e fazer novo
mielograma.
Falando em fé, recordei de quando
fiz o penúltimo ciclo da quimioterapia. Juntamente comigo estava uma senhora,
já conhecida de outros ciclos, e um rapaz acompanhado por sua mãe. Como eu já
tinha intimidade com a senhora, e o rapaz e sua mãe estavam mais “na deles”,
começarmos conversar. Ela começou me contar do progresso que teve desde quando
passou o tratamento para o Dr. César, pois o outro onco-hematologista não
conseguia acertar o diagnóstico, apesar de todo o seu esforço e dedicação, a
ponto de chorar ao vê-la definhando.
Contou-me que não tinha dinheiro
para um tratamento particular e que no hospital público não aguentaria se
tratar, tamanho o sofrimento que existe lá. Que, quando viu a coisa ficar feia,
fez plano de saúde. Que, quando o Dr. César ia começar o tratamento, o plano de
saúde negou assistência, por estar no prazo de carência. Que Deus, ela é
evangélica, resolveu o problema e que ela era eternamente grata a Ele por isso,
pois o genro dela, advogado, conseguiu uma liminar na Justiça para o plano de
saúde cobrir todo o tratamento. Eu, em tom de brincadeira, disse-lhe que ela
tinha é que agradecer ao genro advogado e aos juízes que mudaram o entendimento
no sentido de que em casos de risco de vida não há que se falar em prazo de
carência.
Ela não concordou e disse que eu
tinha que ter mais fé, colocar o meu tratamento nas mãos de Jesus, que talvez a
missão dela, ali, era pregar a Palavra pra mim. Eu disse-lhe que Jesus já tinha
muita gente para cuidar, que eu coloquei o tratamento em minhas mãos e nas mãos
do doutor César, e que a minha fé é nos bons medicamentos e nos avanços da
Ciência. O outro paciente e sua mãe, mesmo sem falar, manifestavam-se de acordo
com minhas idéias. Isso foi até o
momento em que eu perguntei à senhora, minha colega de químio, se ela entendia
que estava ali, com câncer, por obra de
Deus. Ela disse que sim, pelos pecados que cometeu, e me colocou também entre
os que estão pagando, e o que é pior, também colocou o rapaz que estava quieto
no canto dele, com sua mãe. E diante da minha pergunta, se as criancinhas que
tem câncer também estão sendo punidas por Deus, ela disse que estão sendo
punidas sim, pelos pecados de seus pais (se fosse possível a lei de Deus seria
mais injusta do que a dos homens, pois nesta o crime não passa da pessoa do
criminoso para seus descendentes).
Nessa altura deu problema. A mãe
do jovem colega perguntou a ela se ela era obrigada a ouvir a pregação. A
senhora respondeu que não, que ouvia quem queria, apesar de que todos nós
estávamos ligados ao soro e à quimioterapia, sem ter como correr. Mas eu estava
achando boa a discussão, respeitando a crença da minha colega, sem,
logicamente, achar que ela estava certa em nada, nem na crença dela. Mesmo
assim achei por bem dar um jeito de mudar o rumo da conversa, pois não queria
ser o primeiro a causar uma briga em plena Clínica do doutor César Bariani (certamente
esta seria a primeira), pois nem a alegação dos efeitos colaterais causados
pelo Decadron, e eu tinha tomado naquele dia, poderia me salvar de, no mínimo,
uma advertência, pela impertinência do assunto para o local da discussão. Hoje,
para escrever esta história, também estou sobre o efeito do Decadron, no dia
posterior a sua tomada, pois já são 6:15 da manhã e nem o sono e nem o cansaço
chegaram.
Depois da leitura do livro do Dr.
Siegel, mudei de idéia também sobre a crença da minha colega, a da história
acima, sobre a questão da fé. A fé, que
no meu caso decorre de estar assistido por bom médico e por estar tomando
remédio de última geração, que Deus deu capacidade para médicos e cientistas
fazerem o trabalho deles, é a fé que vale para mim, pois não sou religioso e
acredito que Deus não está por aí cuidando de cada um de seus filhos, mas que
nos deu inteligência para podermos buscar a cura dos males que nós mesmos
atraímos para nós, ou que tenham vindo por outros meios. Esta é a fé que vale
para mim. Esta minha fé pode não ser a fé da minha colega de químio, mas é no
que eu acredito e, então, pra mim tá valendo, pois o que vale para cada um é
ter a sua própria fé. Desta forma, se a fé dela é em Deus, em Jesus, no pastor
da sua igreja, que seja, pois o importante é que a fé dela lhe permita lutar
contra a doença e buscar a cura, criar um ambiente propício para a cura.
Com isso penso que entendi
melhor, também, os espíritas, tipo João de Deus, a quem muitos querem me levar
de toda maneira, e que eu sempre digo que vou quando “tiver mais apertado”, se
bem que dias atrás, depois da quimioterapia, fui visitar meu irmão em Brasília
e acabei indo num médium, quase tão famoso quanto o João de Deus, que atende no Gama, que o meu
irmão, que sempre foi meio como eu, de pouca ou nenhuma religiosidade, passou a
acreditar depois de uma cura obtida, e que a minha cunhada advogada, muito bem
letrada e espírita, acredita piamente. Fui, não por acreditar, mas para eles me
“deixarem em paz” com o assunto, e por curiosidade. Fiquei admirado com o
número de pessoas que lá estavam, e com medo de, além de não me curar, pegar
uma infecção no meio daquele tumulto.
O médium, de braço dado com uma
médica de formação, que antes dirigiu uma espécie de culto e depoimentos, ou
melhor, escorado por ela, devido sua idade e aparente fraqueza, que depois
pesquisei pela internet e penso se tratar de uma cirurgiã plástica, operou-me
passando de leve as costas de uma tesoura, primeiro na barriga, pois deitei na
maca igual os outros estavam, uma vez que na entrada falaram que eu não
precisava falar nada para ele, que ele sabia de tudo. Depois, alertado pela
médica, que lembrou que meu problema era na coluna, mandou me virar, passou a
tesoura, com muitos gritos da médica, que chegaram a me assustar (quase caí da
maca), e disse que eu não tinha mais nada. Os exames posteriores, feitos pelo
Dr. César, demonstram que ainda tenho o Imperador de Todos os Males, bem mais controlado,
mas ainda tenho, o que eu tinha certeza, independentemente de fazer exames.
Mas se tantas pessoas vão lá por
tantos anos e voltam, alguma “cura” acontece. Um senhor, de uns 60 anos, deu um
depoimento dizendo que precisava fazer uma operação no coração, pois as sua
veias estavam entupidas. Que assustado procurou o médium, que lhe fez a
operação espiritual e que, quando voltou ao cardiologista, este lhe disse que
não mais precisaria operar, pois seu coração criou rota alternativa para o
sangue. Eu quase gritei que não era milagre, mas um fato normal, pois o
coração, a partir dos cinquenta anos, eu acho, cria essas circulação
alternativa naturalmente, razão pela qual um infarto em uma pessoa nova é muito
pior que em uma pessoa de idade mais elevada. Outra, uma moça de uns 17 anos,
deu um depoimento de que foi curada de
um câncer no cérebro, que não deixou mais nem sinal a ser encontrado pelos
médicos, que estranharam não ter nem a massa morta mais por lá. Fiquei meio na
dúvida, pois a moça parecia falar com muita convicção e em tudo apoiada pela
mãe.
Agora penso que essas curas são
possíveis, não pelo poder do médium, que deixou muito claro não ser ele quem
cura, pois segundo ele, por meio de sua auxiliar médica, quem cura é Deus. Acho que quem cura é a mente do paciente, a
fé que ele tem, seja em Deus, no Apóstolo Valdemiro Santiago, muito popular
atualmente, ou os povos antigos em seus curandeiros. Fiquei em dúvida
porque li entrevista do médium que tratou do ator Geanechinni, que disse que o
paciente não precisa ter fé, o poder é do médium e do grupo de oração. Ou eu
entendi mal, o que acho que não ocorreu, ou ele está equivocado, apesar de ser
uma das maiores autoridades mediúnicas das bandas de São Paulo.
Como explicar aquelas cirurgias
com corte, sem anestesia, sem antibióticos, sem nada, que um amigo, que não é
de mentir, disse que presenciou João de Deus fazer? Por que Abadiânia parece
ser o terceiro lugar do Brasil em turismo internacional, só por causa do João
de Deus? E lá, já assisti pela televisão, estão médicos estrangeiros, artistas,
empresários, pessoas que não são nem um pouco iletradas. A ausência de dor nas cirurgias, já me
convenci, é devido à hipnose, será? Mas e o fato de ninguém sofrer infecção? E
se ninguém obtivesse resultados, estariam indo lá ainda, parece que cinco mil
pessoas por semana?
Acho que a única explicação é o
poder da mente, a fé de cada um é que faz o trabalho, como se fosse o efeito
placebo dos remédios, conforme histórias narradas no livro do Dr. Siegel. A
minha fé na medicina, agora também no poder da mente, na mudança de vida; a fé
dos primitivos em seus curandeiros; a fé do crente em seu pastor; a fé de
alguns numa determinada garrafada, isso é que cura, ou pode curar.
No meu caso, então, por ser um
paciente especial, também tenho que ter um médico especial, que me transmita
confiança e humanidade, em quem eu tenha fé. Tenho que utilizar remédios nos
quais eu acredite. Tenho de desenvolver mais, agora, a fé na capacidade de
curar que existe dentro de mim. Claro que sei que só a fé não vai me curar e
acho o Dr. Siegel meio exagerado em certas afirmações a esse respeito, até
perigoso, em certos pontos, para quem não tem um esclarecimento maior e lê
determinadas passagens. Se a fé nos médicos curasse, a minha amiga Gimeni já
estaria curada, pois tem plena confiança na Dra. Vânia Hungria. Então, não
podemos ser inocentes, pois o que se sabe é que o câncer não tem uma causa
definida, conhecida, mas muitas causas, e que a sua cura, geralmente, se dá com
quimioterapia e radioterapia. Mas, segundo Siegel, existem muitas provas de
curas de câncer através de auto-indução, através da fé, de meditação, de
visualizações. A própria Abrale, em uma de suas Revistas, tratou do poder da
meditação. Lendo o livro O IMPERADOR DE
TODOS OS MALES, que conta a história do câncer, de mais de 2000 anos atrás, da
busca da cura, de tudo o que se fez, a gente fica meio cético quanto a
tratamentos alternativos, mas, sabe-se lá.
Aqui me voltou à mente a
indagação feita no primeiro parágrafo desta história, a respeito da minha
escolha em manter contato justamente com a Gimeni e não com qualquer outra
pessoa, das tantas que deixaram sua história nos sites já referidos. Então, foi o acaso, sorte, ou a mão de Deus?
Penso que nenhuma das opções. Foi um critério que utilizei: buscar uma pessoa
da minha idade, mulher, pois são mais atenciosas que homens, instruída. A Gimeni se enquadrou como que um luva nas
minhas exigências, pois além de tudo tem formação em pedagogia, o que denota
também uma vocação maior em ensinar, ajudar, o que acertei em cheio. E deixou claro, no
seu pequeno depoimento, o seu interesse em manter contato para troca de
experiências, conhecimentos. Mas, um dedinho de Deus, quem sabe?!
Voltando da digressão acima, o
Dr. Siegel diz, também, que o médico não deve apoiar todas as decisões dos
pacientes, necessariamente, mas tentar
convencê-lo, quando estiver errado, de que o caminho é outro,
principalmente dizendo-lhe que se o paciente fosse ele, não seguiria o caminho
que o paciente em questão quer seguir. Que, se os médicos compartilhassem a
responsabilidade do tratamento com o paciente, haveria muito menos processos
judiciais contra médicos.
Bom, vou parar por aqui, pois ao
reler o livro do Dr. Siegel de uma forma mais atenta e rabiscando tudo, como é
meu estilo de estudar, cheguei ainda somente até a o capítulo que trata de A doença e a Mente. Mas a idéia, a
idéia do autor, correlacionada com a minha história de câncer e tratamento, já
deu para transmitir. Que isso tudo traz benefícios para os pacientes
enfrentarem o tratamento e buscarem a cura, penso que é inegável, até para os
médicos mais estilo “mecânico”, que possam existir, os tipos que sabem tudo da
doença, mas nada de psicologia, do paciente como um ser humano e não uma
máquina. Até para mim, com a minha incredulidade toda, desde sempre, até agora.
Eu penso que doravante passo a
ver a coisa toda por outro enfoque. Que vou respeitar mais a fé das pessoas,
que sempre procurei apenas respeitar por questão ética, da Constituição Federal,
por educação, em
resumo. Penso que o
meu câncer não vai me matar ou me afetar a ponto de me causar falta de
interesse pela vida, pela nova vida que estou descobrindo de agora em diante. Temo uma
infecção, ou outra complicação, mas mais infecção, em razão da ausência total
de imunidade no ato do transplante, até três meses depois. Mas daí não vai ser
o câncer o meu algoz, porque este não me matará, mas um problema dele
decorrente. Mas sei que o risco é pequeno, tomando-se todos os cuidados
necessários.
Outra coisa que me ocorreu é que,
na próxima consulta, vou pedir ao médico que não me trate mais de senhor, pois
sempre me senti meio mal com o “senhor” dele e agora vou me sentir pior, pois
parece ser uma formalidade que não pode ocorrer entre médico e paciente de
câncer. Ademais, penso que se ele me tratar de senhor estará me vendo como uma
pessoa velha, e é bem mais fácil aceitar
a morte de um velho do que de um jovem, e eu não quero dar essa facilidade a
ele, pois não quero que me deixe morrer, de jeito nenhum ... rsrs.
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