20 de mai. de 2013

GOVERNO SISTEMATIZA HISTÓRICO DE PACIENTES

O Ministério da Saúde vai disponibilizar para estados e municípios, ainda esta semana, o Sistema de Informação do Câncer (Siscan). 

O objetivo é que o software auxilie os governos a gerir serviços oncológicos da rede pública e cumprir a Lei 12.732/12, que entra em vigor no próximo dia 23 e determina que pacientes com câncer devem iniciar o tratamento até 60 dias após o registro da doença no prontuário médico. 

A regulamentação da lei foi detalhada ontem(16), pelo Ministério da Saúde.

O software vai reunir o histórico do paciente e do tratamento. “É um acompanhamento em tempo real do que acontece nos serviços de saúde”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “(O sistema) inaugura uma nova etapa no tratamento do câncer no país”, completou. 

A previsão do governo é que, a partir de agosto, todos os registros de novos casos de câncer no país sejam feitos pelo Siscan. Segundo Padilha, estados e municípios que não implementarem o sistema até o fim do ano terão suspensos os repasses feitos para atendimento oncológico.

Outra medida anunciada trata da realização de visitas a hospitais que atendem via Sistema Único de Saúde (SUS) para avaliar as condições de funcionamento e a capacidade de ofertar atendimento oncológico com agilidade. Uma comissão de monitoramento e avaliação, de caráter permanente, deverá acompanhar o processo de implementação do Siscan e a execução de planos regionais de oncologia.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que aproximadamente 518 mil novos casos da doença devem ser registrados no Brasil este ano. A previsão é que 60.180 homens tenham tumores na próstata e 52,6 mil mulheres sejam diagnosticadas com câncer da mama. Em 2010, o país registrou 179 mil mortes em decorrência da doença. Os tumores nos brônquios e no pulmão foram os tipos que mais mataram (21.779), seguido dos de estômago (13.402), de próstata (12.778), de mama (12.853) e de cólon (8.385).

A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Saúde, informou que o município atende 450 pacientes que realizam tratamento de câncer. As demais prefeituras do ABC e a Secretaria de Estado da Saúde não informaram quantos pacientes estão em tratamento atualmente na região.

Descrença

A regulamentação de uma lei que estabelece prazo de até 60 dias para início do tratamento de pessoas com câncer é encarada com descrença por quem já enfrenta a doença. O advogado Rogério de Sousa Oliveira, morador de São Bernardo, está tratando um câncer de medula (mieloma múltiplo) desde dezembro de 2011.

“Comecei o tratamento um mês depois do diagnostico, pelo convênio. Porém, tenho certeza que se fosse pelo SUS, não teria sido assim tão rápido”, avaliou. O advogado entende que a legislação é bem intencionada, mas pode ser prejudicada pela falta de estrutura do sistema público de saúde. “É bonita no papel, mas a execução é difícil”, completou.


Fonte: Diário Regional


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