15 de out. de 2013

DIÁRIO REGIONAL DIVULGANDO AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SENADO

SÃO BERNARDO – O criador de grupo de apoio de São Bernardo representará pacientes com mieloma múltiplo em audiência pública no Senado está quinta-feira (17). Rogério Oliveira idealizou o primeiro e único grupo de apoio a pacientes com mieloma múltiplo, tipo de câncer da medula óssea, cuja cura ainda não foi descoberta, causado pelo crescimento descontrolado de células plasmáticas. O Café e Acolhimento ocorre uma vez por mês em São Bernardo para reunir não só pacientes, mas familiares e profissionais de saúde que lidam com a doença.

Em reconhecimento a esse trabalho, Rogério foi escolhido para representar todos os pacientes brasileiros na audiência pública que irá ocorrer esta semana. O convite veio da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e será a primeira vez que um paciente da doença será ouvido. “Esperávamos que essa audiência acontecesse em agosto, mas foi marcada só para agora. Já tivemos uma audiência na câmara (dos deputados), só que não deu em nada”, explicou Oliveira.

A audiência pretende discutir a situação dos pacientes no Brasil e a liberação de algumas medicações, como a lenalidomida, no país. A substância, uma das principais usadas no tratamento do mieloma, não tem sua comercialização permitida no Brasil. “Esperamos que dessa vez a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) compareça com uma justificativa plausível”, comentou Oliveira.

Resultado

A Anvisa alega que a medicação não foi liberada no país por não ter achado satisfatório o resultado obtido em alguns estudos. No entanto, médicos da área acreditam que a questão seja puramente política e financeira. “Essa primeira explicação deixou todos inconformados”, pontuou.

Oliveira espera que além de esclarecer o problema das medicações, a oportunidade sirva para sensibilizar o governo sobre a importância de falar sobre a doença. “Queremos conscientizar as pessoas, por parte do governo não há divulgação alguma”, ressaltou. Com maior divulgação do mieloma, médicos e pacientes esperam que novos casos possam ser descobertos cada vez mais cedo.
Outro ponto que Oliveira vai abordar no Senado será o acesso aos remédios e ao tratamento. “Os pacientes devem ter fácil e rápido acesso aos medicamentos. Não adianta aprovar a venda desses remédios, mas não disponibilizá-los para os pacientes”, disse, se referindo à luta que travou na Justiça para obter gratuitamente a lenalidomida por meio do Estado.

Alguns dos sintomas do mieloma são cansaço persistente devido à anemia ou redução da função renal, dor nas costas, dor súbita devido à fratura em ossos da coluna, quadril ou outro lugar, infecções recorrentes sem explicação. Outros sinais importantes podem ser dor com movimentos, dor devido enrijecimento ou inchado de áreas ósseas, falta de ar e evidência de insuficiência renal. O mieloma múltiplo pode ser diagnosticado através do exame de sangue “Eletroforese de proteínas séricas”, disponível em toda a rede de saúde pública da região.

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