16 de out. de 2012

RELATO DE ANCILLA - FILHA DE PACIENTE

Hoje posto o relato de Ancilla, filha de paciente de Guaraçaí/SP.

Fico grato pela sua valiosa contribuição.

Seu relato, com certeza, servirá de alerta para aqueles que fizerem uma visita neste blog em busca de informação.



"Segue o relato, conforme prometido, Rogério De Sousa Oliveira!! 
Agradeço, mais uma vez, pelo espaço cedido, a fim de que possamos colaborar para com a cura do MM!
Muitíssimo obrigada pelo sua solidariedade para com todos!
Deus o abençoe!

"Relatar o que segue abaixo me é doloroso, pelas razões aqui expostas, e não o faço senão para que possamos nos ajudar mutuamente.Vou tentar resumir. O MM precisa, antes de mais nada, ser amplamente noticiado, campanhas nacionais precisam acontecer de forma ampla e irrestrita, já que há poucas informações acerca do mesmo, o que , muitas vezes, retarda sobremaneira a descoberta da doença e , claro, o início do tratamento adequado para tanto. Pelo tudo que já li e me informei acerca do assunto, os relatos de pacientes me levam a crer que a procura por um hematologista só é sugerida depois de longos e exaustivos meses de tentativa de buscar a causa da dor latente e constante que acomete os pacientes de MM. Com meu pai não foi diferente. E isso se dá, me parece, em razão de que as dores ósseas sugerem a busca por especialidades médicas diversas, até que se possa , por exclusão, chegar até um competente hematologista. Creio que haja muitos pacientes com dores nos membros inferiores, ou superiores, que sequer suspeitam da possibilidade de terem contraído MM. Já que ainda não há cura, pois que seja tratável. Da melhor forma possível. 
Meu pai, de 72 anos, foi diagnosticado com mieloma múltiplo, em meados de julho de 2012, depois, é claro, de uma Epopéia Médica . Nunca teve dor alguma, nunca foi dado a nenhum tipo de doença, mas, de repente, passou a sentir fortes dores no joelho, insuportáveis, que em determinados dias o impedia de andar, tudo isso em janeiro de 2012. De lá prá cá, foi uma romaria médica por ortopedistas, já que tudo indicava ser esta a especialidade médica mais adequada.. Como a dor era , então, localizada, achamos que o correto seria procurar um ortopedista. Um diagnóstico, à época, sugeriu uma cirurgia do menisco, e a cirurgia chegou a ser realizada. No retorno ao médico, nos foi dito que havia muitos cristais condensados em seu joelho, e foi sugerido , então, que possivelmente ele estivesse com uma possível gota ou falsa gota. A dor, que inicialmente era em um só joelho, depois de dois meses, passou ao outro joelho, sem nenhuma explicação muito coerente. Estávamos todos alertas, mil exames já haviam sido feitos, neurologistas e outros médicos foram consultados, e outros tantos foram sendo repetidos, tudo na ânsia de se localizar a CAUSA da dor, que não cessava ( aliás, não cessou, desde então...). Daí uma peregrinação a neurologistas, fisioterapeutas, outros ortopedistas, etc, etc, etc, repetição de exames, os mais variados possíveis e imagináveis, até que um neurologista de São José do Rio Preto achou mais conveniente procurarmos um hematologista. Honrosos hematologistas, de Araçatuba e São Paulo foram cruciais na busca do diagnóstico correto. Somente após o exame medular, conseguimos , enfim, o diagnóstico de MM. A conjunção de um hematologista e um oncologista se fez necessária, e deu-se início ao tratamento quimioterápico endovenoso, iniciado logo em seguida, com Velcade e dexametazona, e meu pai terminou, há cinco dias, o primeiro ciclo . A neuropatia ( esse é o diagnóstico que nos foi dado) , ou seja, as dores nas pernas e no joelho ( ora nas pernas, ora nos joelhos) nunca cessaram, desde então. O apetite é mínimo, e, claro a perda de peso aconteceu . ( perdeu 10 quilos ou mais), ainda que esteja a complementar a alimentação com suplemento nutricional que colabora sobremaneira para com o ganho de peso, ainda que lento. 
Todo o possível está sendo feito, mas é claro que passei a ler intensamente tudo que encontro acerca do assunto. Tento colaborar no que posso, tento manter o seu bom humor ( que ajuda muitíssimo!), e sei que este é mais um canal de interação que só ajudará a potencializar o tratamento que vem sendo feito. "

Um comentário:

  1. Cara Prof. Ancilla, apesar do seu angustiante momento de vida e de sofrimento pessoal/familiar, você ainda sempre encontra tempo e espaço para ainda sim ajudar o próximo da melhor forma possível através do apoio, experiência pessoal e da informaçãoveiculada de forma correta. Parabéns mais uma vez pela sua bela iniciativa estimando as mais súbitas melhoras e o pronto restabelecimento do seu amável pai. Grande abraço.

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