28 de mar. de 2013

CRISTIANE, UMA PACIENTE ATIVA E RESPONSÁVEL

Li este texto, achei bastante interessante, por isso resolvi compartilhar....


Lá pelo finzinho do Fórum tomou o microfone às mãos a Cristiane Sardinha Chagas, carioca de sotaque bem ‘carioquêish’, 33 anos, jornalista de sorriso largo. Ela contou em meio à discussão sobre os direitos do paciente com câncer, em alto e bom tom, que garantiu o seu direito à segunda opinião médica no hospital público onde se trata. 

"Eu sempre fazia muitas perguntas para a minha médica, pois é assim que me sinto mais segura, e me sinto parte do meu tratamento. Um dia ela me questionou: "Porque você quer saber isso? Essa informação não mudará nada em seu tratamento”. 

Ela ficou brava.

Dirigiu-se à ouvidoria do Hospital, relatou seu caso, e afirmou: "Não me tratarei mais com essa médica. Quero ser atendida por outro oncologista”. 

O hospital lhe direcionou a outro profissional, com quem prosseguiu o tratamento. 

Cristiane é um exemplo de Paciente Ativa e Responsável. É parte viva de seu tratamento, informando-se, dialogando abertamente com os médicos, atentando-se aos sinais do corpo, buscando segunda opinião médica. 

Diz, segura, que o saber científico do médico, para repercutir em um tratamento de sucesso, precisa somar-se ao saber individual do paciente. 


"Eu acredito no seguinte: Sou a primeira pessoa a conhecer o meu corpo. O médico tem o saber da ciência e precisa de minhas informações para casar com o conhecimento que tem”. 

É ou não é?

A garota contou que tomou uma decisão sobre o tratamento, junto de sua médica. Antes de terminar o último ciclo de quimioterapia ‘vermelha’, chegou à exaustão. Ficou uma semana de cama, sentindo-se fraca e nauseada. Conversou com a médica sobre a possibilidade de partir para as sessões de radioterapia antes de começar o ciclo da quimioterapia ‘branca’. 

"Ela viu meu prontuário e avaliou que seria possível! E foi uma determinação que partiu de mim. Da minha necessidade”. 

Informação, até o limite
Um Jornalista é geralmente pesquisador por natureza. Cristiane sempre foi muito cuidadosa na coleta de informações sobre o câncer de mama diagnosticado três anos atrás. Pesquisas em veículos científicos internacionais, artigos de médicos reconhecidos, publicações do INCA (Instituto Nacional do Câncer). Mas chegou um momento, que o excesso de informações passou a não lhe fazer bem e ela preferiu restringir-se aos dados providos por seu médico, em quem confia e que conhece as nuances do seu caso.

Afinal, quando o assunto é o câncer, cada caso é um caso. 

"Quando tive a notícia da metástase e comecei a ler pesquisas sobre prognósticos de doenças como a minha, fiquei muito deprimida e passei a fazer análise. Parei de pesquisar e fui procurar por médicos que informassem sobre o meu caso, especificamente. Sobre como o meu corpo estava reagindo ao tratamento. Então me foi dado um prognóstico muito mais positivo”.

A dica da Cris aos pacientes é que se informem sim, mas conhecendo os seus limites e reconhecendo o momento de parar. Também, ela chama os pacientes a uma importante reflexão:
"No processo você percebe que parte da doença é ela mesma e parte da doença é você. Parte do que ela vai fazer com você é aquilo o que você permite que ela faça. Não há como negar. É difícil. 

Porém, muito do seu estar bem dependerá de você querer estar bem. Portanto, permita-se! Permita-se sair, passear, comer o que gosta... dentro dos limites do seu corpo”. 
Fonte: Oncoguia

Nenhum comentário:

Postar um comentário